quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O Jogo da Imitação


Hi guys!!!

O Oscar é uma das minhas premiações favoritas. Por isso, logo que saem as indicações, eu faço o possível para assistir aos filmes indicados para poder torcer e julgar os ganhadores durante a cerimônia.

Assisti Boyhood tempos atrás (tem esse post aqui) e o filme dessa vez é O Jogo da Imitação, uma biografia do matemático Alan Turing.

O filme inicia-se em Manchester, Inglaterra, em 1951. Alan Turing está preso, prestes a ser interrogado. Não sabemos o porquê ele está ali. Porém, somos apresentados ao que aconteceu um pouco antes da prisão. A casa do Professor Turing foi invadida, mas nada foi levado. Intrigado com essa situação, o detetive Robert Nock decide investigar sobre o professor e descobre que ele teve um papel importante na Segunda Guerra Mundial.

Você está prestando atenção?

A partir daí, a história de Turing é contada intercalando momentos da adolescência dele, seu trabalho na criação da máquina que seria capaz de quebrar os códigos de guerra da Enigma - máquina nazista - e o interrogatório na delegacia. Apesar de o filme intercalar esses três momentos distintos, é possível acompanhá-los e entender o papel que cada um desenvolveu para formar o Turing que narra a história.

Como qualquer narrativa baseada na Segunda Guerra Mundial, O Jogo da Imitação é um filme capaz de mexer conosco. Envolvemo-nos na batalha diária daqueles cientistas contratados pelo MI6 (Inteligência Britânica) para conseguir quebrar o código da Enigma e salvar milhões de vidas. Mas não é só pelos sucesso dos cientistas que torcemos, mas, principalmente, por Turing. Ele era um homem fechado e seu trabalho na criação da máquina que seria capaz de derrotar a Enigma era desacreditado. Além disso, a sua luta contra o bullying e a descoberta homossexualidade persistiam desde a adolescência.

Você sabe, Alan, algumas vezes são as pessoas
que ninguém imagina, que fazem coisas
que ninguém imagina.

O Jogo da Imitação não é apenas mais um filme sobre a Segunda Guerra Mundial. É uma história sobre os bastidores dela. Ele fala não sobre aqueles que estavam nos fronts de batalha, mas sim aqueles heróis que estavam trabalhando no serviço de inteligência elaborando estratégias para vencer a guerra.

O que mais toca nesse filme é o destino de Turing. O pai do computador moderno foi preso em 1951 por atentado ao pudor. Na Inglaterra da época, a homossexualidade era crime. Assim, Turing teve que escolher entre a prisão e a castração química. Ele optou pela segunda opção e submeteu-se ao tratamento de ingestão de hormônios femininos. Não era a melhor opção, mas era o único jeito no qual ele poderia continuar trabalhando. Um ano depois do início do tratamento, Turing se suicidou.

 As máquinas alguma vez poderiam pensar como os humanos?
A pergunta interessante é: só porque algo pensa diferente de você, significa que ela
não está pensando?

Esse fato fez com que eu me indagasse o que era mais importante: a inteligência de Turing ou a homossexualidade dele? Como é que o governo britânico pôde condenar um herói de guerra que salvou milhões de vidas por causa de sua opção sexual? E não só isso. O filme nos conta que entre 1855 e 1967, mais de 49 mil homens britânicos morreram pelo crime de homossexualidade. Que mundo era aquele?

Por mais que em 2013 a Rainha Elizabeth tenha concedido o perdão a Alan Turing, isso não apaga o que foi feito no passado e muito menos o trará de volta. O quanto mais ele poderia ter contribuído para a computação moderna se não tivesse se suicidado?

Eu gostei bastante do filme e, principalmente, das atuações. Conhecia o Benedict Cumberbath há algum tempo, mas nunca assisti a um trabalho dele. Azar o meu, porque ele é um excelente ator. A Keira Knightley, como sempre, foi incrível. Juntos eles protagonizaram a cena que me fez chorar horrores.

Agora se você desejaria ter sido normal, eu posso
prometer a você que eu não desejaria.
O mundo é infinitamente um lugar melhor porque
você não foi.

Se você gosta de filmes históricos, dê uma chance a O Jogo da Imitação. É um filme maravilhoso, tocante, e tem muito a ensinar. Sinto que eu sou uma pessoa um pouco melhor após assisti-lo.

Provavelmente, tem mais coisas a serem ditas sobre o filme, mas é difícil escrever sobre algo que gostamos muito.

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